domingo, 6 de abril de 2008

Na Periferia da História

Na Periferia da História


Comentário do Prof. * Germano Machado


O texto “Na Periferia da História”, de Paulo Almeida de Santana (Paulo Balôba), é de uma simplicidade segura, porque escrever fácil é difícil; não é história puramente, mas história – estória. É um conto-crônico, uma recordação da história (ver pela imaginação e pela emoção – o coração). Imagina cenas íntimas e pessoais no expositor que agradam e tornam a narrativa muito agradável a chamar por uma revisão dos estudos históricos, que, em geral, ou são monótono e cansativos ou eruditos apenas, não atingindo os jovens e aos menos desprovidos de estudos da história. É todo de fundo onírico, fala em sonhos em toda a exposição e, sobretudo, no final. Como conto e crônica, envolve a família, de modo abrangente, as personagens de Mine e Maxi gêmeos. É sobremodo imaginoso e imaginativo, sendo excelente para o ensino fundamental. A palavra periferia, no livro, abrange o que é histórico e o que é complementar de uma análise como que romanceada, servindo excelentemente como conto. Vai do Brasil ao mundo português, analisando a história brasileira nas diversas revoluções do país, a problemática da Independência nas diversas fases, chegando em vários tópicos, com ênfase política, não partidária, alongada, sobre e contra a ditadura militar. Fala de Francisco de Assis como essa personalidade simpaticíssima merece, revela o espírito do franciscanismo. Vai à Natureza em sua visão cósmica, tem um achado muito agradável ao tratar de “buraco negro”. Ninguém lerá “Na Periferia da História” sem se sentir alegre, contente, satisfeito, uma vez que Paulo Almeida de Santana (Paulo Balôba) tem o condão de narrar como um vocacionado a um futuro romancista, já agora demonstrando na juventude também o sentido de memorialista. Vale, portanto. A linguagem bastante chã e simples não prejudica a leitura, mas facilita o entendimento. Não é nunca pernóstico e pretensioso. É enxuto e não obeso. Não é elogio infundado, aos 80 anos nos apegamos ao essencial. Merece ser publicado, abrimos a Editoração CEPA (Circulo de Estudo Pensamento e Ação) para Paulo Balôba. Não ficaríamos satisfeitos sem dizer, também, que, na obra, dá sabor à leitura quando o personagem principal se torna íntimo, participa das conversas e da vida, da engrenagem dos fatos com naturalidade vivencial – histórico. Por isso, repito: Vale “Na Periferia da História”.

* Germano Machado, professor aposentado da UFBA e da UCSAL, fundador do CEPA, escreveu, entre outros, A Longo Prazo, Da Física da Matéria à Metafísica do Espírito, Sintetismo – Filosofia da Síntese, Tempo Decorrido (3 edições), colaborador de todos os jornais, da Tribuna da Impressa, A Marcha e outros. Formado em Jornalismo pela Ufba - em 1952, 1ª turma. Pertence às Academias Baiana de Educação, de Letras e Artes Mater Salvatoris, de Letras e Artes do Salvador, do GAC – Ba.