Convivência com a Pandemia

O próximo pode me contaminar

Como também posso contamina-lo

Eu também preciso do próximo

Como o próximo precisa de mim

Não é preciso estar bem próximo 

É preciso estar sim, ligados,

Sem estar muito próximo

Estando Espiritualmente conectados

 

Para estarmos próximos, separados

É preciso respeitar o distanciamento

É preciso de uma dose de exercício

Para respeitar o limite do outro,

É uma boa lição dessa Pandemia

Esse limite não é só físico

É também o Tempo do outro

Para o Tempo ficar em harmonia

 

Com Deus fomos mais fortes

Mesmo não evitando as mortes

Sem Deus somos tão frágeis

Que duvidamos dos cuidados

Necessário a uma boa convivência

Deus nos deu a inteligência

Não para nossa negligência

Mais para o nosso cuidado

 

Mesmo com os corpos separados

Não há empecilho de se amar

Como diz o ditado: o amor liberta,

Quando é para o nosso bem,

Respeitando o bem do próximo

Para convivermos como irmãos

No dia a dia das nossas vidas

Precisa de uma dose de separação.

 

Paulo Balôba.

 

 

Quarentena

 

Se não tivesse fé...

Se caminhasse só...

Se só me bastasse...

 

Se não acreditasse em Deus

Sozinho estaria nessa pandemia

Com Deus nem a morte me apavora

Vamos sair dessa mais fortalecidos

Que essa quarentena

Seja uma passagem para refletir

O que estou fazendo aqui

O que estou fazendo da vida

O que Deus reservou para mim

 

É um momento para meditar

Qual a minha relação com Deus

Qual a minha relação com o próximo

Se eu não sair melhor dessa quarentena

É porque minha fé ainda é pequena

Não estar bem alimentada

Com as crenças que tenho da palavra

Onde o verbo estar entre nós encarnado

Na partilha do seu Sangue e do seu Pão

 

Se eu não sair melhor dessa quarentena

Vã será todo cuidado, toda precaução

De uma vida irmanada como irmãos

De nos tornarmos pessoas melhores

De sermos acima de tudo bom cidadão

Onde o próximo merece minha atenção

Eu sou tão responsável pela vida dele

Do mesmo jeito que sou pela minha

E Deus por todos nós na mesma dimensão.

 

Paulo Balôba.

Jesus é a Saída.

 

O ano nem bem havia começado

As noticias do oriente já orientava

Para o surgimento de um vírus

Que a população dizimava.

Todo Mundo estar apavorado

De quarentena, resguardados

Até o surgimento de uma vacina.

Quantos projetos interrompidos

Quantas ilusões... desiludidos...

O futuro incerto, nem as estatísticas

Dava conta, e ainda não dá conta

Quantas vidas morridas, morte física...

O elo do cotidiano, quebrado

Como recomeçar? como voltar ao normal?

Como sair do casulo? E voltar a ser igual?

Há uma luz no fim do túnel! É Jesus!

Todas às vezes que não tinha saída

Jesus sempre foi à saída, não há outra...

O Mundo caminha, caminha, caminha...

E vamos sair desse sono profundo

Com Cristo, guiados pelo seu Espírito.

 

Paulo Balôba.

O sabor da criação

O apetite da criação é insaciável
Deixando meu espírito no caos
Buscando minha semelhança divina
Para não fugir do conceito universal 
Onde não há receio de preservar
O bem e o mal
Dessa forma que os deuses
Rebelaram-se 
Dessa forma Afrodite se deitou
Para roubar a beleza
Duma pobre mortal 
Que até então não havia mal 
Sendo a perfeição uma ilusão 
Porque ter medo da dor
Dessa forma que Deus nos criou 
Dessa forma que Psiquê 
Conquistou o amor
Fazendo-me um sonhador 
Em desbravar a vida 
Que me deixou órfão 
Quando Deus vomitou
No deserto do meu coração
O desejo da criação.

Paulo Balôba.

Uma homenagem ao dia da Poesia.

Estrela mulher

Estrela mulheres que me escutam
Mesmo sem conhecê-las 
Percebo quanto são cultas
Cultas com ou sem diploma institucional
Mas formada com Doutorado
Por tudo que a vida lhes ensinou
De bom e de mau

Vocês que são estrelas nos olhares
Brilham no palco da vida
Sem ressentimento dos momentos
Que a vida não lhes deu guarida

Estão sempre reluzentes
De Belo-Horizonte a Salvador da gente
Mostrando para todos que os espinhos
Não tiram a beleza de uma rosa
Elegantes e inteligentes

Rosa que se enraízam nos corações
De todos que aproximam da sua flama
Chama que toca nos corações
De todos que ouvem suas vozes
Vozes dos campos, vozes dos mares, vozes das cidades
Vozes que se encantam com o cheiro do mato
Vozes que encantam os filhos, os amigos, à Madre

Realmente elas são umas estrelas ascendentes
Brilham nos corações e nas mentes
De todos que cruzam com seus olhares
Por essas cidades da gente.

Paulo Balôba!

08 de março, uma poesia em homenagem ao dia das Mulheres!

Presente passado

Olho o passado com distorção,
Se estou bem, foi maravilhoso
Se estou mal, foi penoso
O jardim antes grande
Hoje pequeno
Aquela pessoa que admirava
Hoje continuo admirando
Sem saber que era ela 
Que falava na radio 
Aquilo que meu irmão me fez,
Esqueci os detalhes
Nem circunstância, nem vez
Um passado feliz, às vezes triste
Antes muito era um pouco 
Hoje pouco é um muito
Solidão com amigo não existe
Solidão é a ausência de Deus
Solidão é a ausência do passado
Antes eu tinha força nos braços
Hoje no meu estado... Só mente
Antes eu jogava bola bem
Hoje jogo também! Não faço gol
Antes eu sonhava muito
Hoje os sonhos não vêm.

Paulo Balôba.

A Sabedoria

 

Ó sabedoria, como nós sonhamos contigo

Dormimos e acordamos pensando contigo

Até que um dia nos arriscamos a te perseguir

 

Querendo respirar algumas ideias novas

Querendo embriagar como Drummond

Querendo vomitar algumas poesias

Nessa busca acumulamos bens

Eles ocupando nosso espaço

Formando barreira no pensamento

Amarrando nossos braços

Quando nos damos por conta

Percebemos que nos bons livros

Nas boas músicas nem mesmo

Uma vírgula, ajudamos a colocar

Ó sabedoria, a ignorância,

A futilidade da vida

Vamos deixar de lado

Alimentar o nosso espírito com boas ideias

Para quem sabe, te conquistar.

Paulo Balôba.