Nossa
inteligência se forma na coletividade.
Por:
Paulo Balôba.
A
contribuição que os filósofos existencialistas deram ao pensamento
contemporâneo sobre a essência e a existência com as suas duas correntes: os
que eram ateístas e os que tinham fé em Deus são muito significativos para o
pensamento contemporâneo.
A
vida é missão, e como missão pertencemos a um grupo desde o nosso nascimento e
vamos seguindo a vida fazendo parte de “um com todos” em diversas ramificações
da sociedade. O homem que fica preso só ao seu "ego" é propício a
sentir a angustia citada pelos os filósofos ateístas do existencialismo.
Acredito que isso se dá porque nunca o homem está satisfeito pela carência que
a sociedade lhes apresenta como padrão. Isto é, para o homem fugir da angustia
pelo distanciamento que a vida causa a essência, ele tem que consumir, e esse
consumo são superficiais, porque tira da essência e da aos objetos o valor que
eles não têm, e vão causando uma dependência de consumo entre Ser, Ter e
Poder... Roubando-lhes o sentido da vida, que é: ele reconhecer o valor da vida
dele e do outro ser independente da sua condição burguesa de consumo e status,
e que ele faz parte de uma ou várias comunidade que tem suas regras e
hierarquias pela própria condição existencial da essência... Não sendo a falta
de liberdade, mas o ordenamento necessário para da norte a vida dentro da
comunidade ou da sociedade muito além de um simples objeto... O que fica de
mais positivo nos filósofos ateístas é dá o valor devido à vida, e só quem dar
valor a vida é quem já perdeu, tem varias passagem na bíblia, e a maior dela é
à ressurreição de Jesus, não no sentido teologal dogmático. Mais que a vida não
se encerra em nós mesmo e, por isso, temos que perder para que o
"Todo" ganhe, e se o Todo ganha estamos ganhando também, não um sobre
o outro na ideia de superioridade como condição e status, e nem de piedade, mas
de reconhecimento que cada individuo é importante e, não é só um número dentro
da coletividade, mas parte integral na dimensão corpo, alma e espírito e, por
isso, tem que ser valorizado, como parte importante, reconhecendo suas
carências inerentes a todo ser, e criando meios para dar mais dignidade perante
a vida, no sentido de igualdade como é usado na língua portuguesa com relação
identidade e justiça...
Esse
texto que é uma continuação de outros com a mesma ideia tem por objetivo pensar
a construção positiva que os existencialistas deram a humanidade quando
valorizaram e fortaleceram o individuo, porém cada vez que passam estamos nos
individualizando e perdendo o senso de coletividade...
A
Nossa inteligência se forma no coletivo
Por
Paulo Balôba
Até meado dos anos 80, o Brasil tinha uma escola pública onde o ensino
fundamental era forte, jovens mais motivados para estudar... Nesse contexto no
ensino público havia algumas coisas que motivavam, eram o esporte coletivo e o
festival cultural, não foi por acaso que as escolas e colégios construídos em
época mais remota tinham teatros com padrões maiores. E esse espírito de coletividade
e senso de ética despertavam nossa capacidade e nossos limites que são
inerentes ao ser humanos. Acredito que está faltando essa base nos colégios
públicos de hoje que é objetividade na disciplina de Educação Física tendo a
integração com as demais disciplinas. Para estimular o jovem na prática do
exercício tem que ter objetividade formando equipes entre salas do colégio para
disputar torneios internos. Posteriormente com outros colégios, isto vai fazer
desses jovens os futuros cidadãos do nosso país porque o esporte e a cultura
vão ajudar os jovens a respeitar os seus colegas, equilibrando a capacidade de
lidar com derrotas e vitórias, limites e superação etc. Tudo com um espírito
comunitário, coisa que está deixando de existir no colégio público, e não
sabemos por que os valores primordiais de muitos jovens e adultos estão se
perdendo. Cada vez mais estamos fechados em nossos condomínios, shoppings e não
entendemos por quê. Sabemos que nossa sociedade cada vez que passa, está se
tornando mais violenta, mais adoecida... A essência do homem é nobre, mas é
preciso dar parâmetro na infância e adolescência para se tornar um adulto
responsável. Têm jovens que têm medo de entrar numa sala de aula ou em uma
igreja, tem medo do social; o esporte como a cultura, integra o indivíduo na
sociedade. Fica uma pergunta: que sociedade e valores nós queremos daqui a
trinta anos... Essa sociedade que nós desejamos, É necessário investir logo
para formarmos os adultos do futuro...
A nossa inteligência se forma no coletivo... O escrito Fodor,
escreve que o papel da Psicologia deveria ser descrever um programa que
constituísse a mente, não a parte da matéria, e sim algo que fossem diferentes
de neurônios e neurotransmissores, onde poderia traduzir as palavras em sistema
de símbolos que já entendemos e, para isso, precisaríamos de uma linguagem
inata. Ele chama de linguagem do pensamento. Penso que isso seria impossível
porque o pensamento reside nas experiências cognitivas como também na parte
emocional com tudo que fazemos ao longo da vida. O que diferem o ser são as
experiência que cada um tem na coletividade e sub-coletividade. O ente é senhor
da razão com seus conhecimentos e paixões no Tempo e Espaço, mesmo só
fisicamente, o Ente está interagindo na coletividade, basta imaginar que os
meios de comunicação estão passando informações o tempo todo, e mesmo quando lemos
um livro estamos em comunhão com muitas idéias de quem escreveu, formada nas
suas experiências coletiva.
... A integração do ser humano não está só presa ao
saber intelectual, mas na relação com o outro e com ele mesmo para fortalecer
alma, corpo e espírito... Nós aprendemos que temos que
ter conhecimento acadêmico para ser uma pessoa bem sucedida na vida. Isso é bom,
mas é superficial porque fugimos cada vez mais da nossa essência, a ideia de
ser, ter e poder dar uma noção deturpada da vida e de seus valores nobres. Não
podemos fugir do que o mundo hoje nos oferece, mas essa ideia de status e
sucesso que induzimos nossas crianças e jovens está fora do real, porque a
satisfação do homem não está só nisso. Poucos conseguem uma colocação de
destaque tão almejada na mídia, que é desejada por todos os setores da
sociedade, e mesmo que isso vem acontecer o grau de satisfação vai depender dos
princípios adquiridos na infância e adolescência, onde se forma a mente humana
com relação ao mundo e suas crenças... Depois da família, da crença religiosa,
o colégio é a porta de entrada da criança e dos jovens na sociedade, posteriormente
dos adultos nas Universidades. A base da sociedade que construímos é formada na
fase infantil e adolescência, e quem fortalecem esses princípios é a comunidade
escolar. Por isso, a cultura e os esportes têm que ter um papal primordial
revendo os conceitos de ética, dentro do nível de cada grupo de alunos com o
objetivo de formar cidadãos conhecedores da sua cidadania...
Paulo Balôba